quinta-feira, 15 de agosto de 2013

JULGUE, se não tiveres pecado

"Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça" (Jo 7.24).
          Um dos maiores problemas que acompanham a humanidade ao longo de sua existência, é o mau do Julgamento Alheio. Quanto mais avançamos, mais este mau se torna latente em nosso meio. O que aparenta é que o avanço científico, tecnológico, educacional, entre outros, os quais levam a humanidade a um novo patamar evolutivo, acabam trazendo grandes mazelas sociais. Isso porque o avanço acaba elevando o homem, em seu íntimo, a um grau maior de desenvolvimento em relação ao seu próximo. O avanço eleva a humanidade a ter conceitos sobre si, bem como sobre as pessoas que estão a sua volta. Formamos conceitos, os quais são passados de geração em geração, originando, com isso, Pré-conceitos que são utilizados como verdades, sem a existência do conhecimento mais amplo de pessoas e situações.
 
          Tais pré-conceitos, ao longo da história, foram os grandes impulsionadores de discórdias, guerras, escravizações e desaparecimento de civilizações inteiras. A história nos mostra que muitos povos se acharam superiores a outros e acabaram exercendo dominação sobre estes. Por acharem sua cultura ou o seu pré-conceito sobre determinado assunto mis elevado, acabaram por dominar e extinguir muitas culturas tidas como bárbaras. Nunca nenhuma civilização parou para analisar o seu vizinho a fim de o conhecer, procurando as devidas semelhanças a fim de co-existirem. Hoje mesmo, no mundo em que vivemos, sempre acabamos comprando conceitos vendidos pelos mais fortes, seja economica ou culturalmente.
 
          Isso acaba fazendo com que venhamos a julgar nossos valores de uma forma errada, fazendo com que modismos nos guiem e determinem o que devemos vestir, comer, ver, ler, etc. O grande erro da humanidade de todos os tempos é não saber que estamos sob um mesmo céu e que este foi criado por um Único Deus, o qual nos fez a sua imagem e semelhança. Este mesmo Deus, nos deu padrões morais para seguirmos e sermos uma única nação. Devido a nossos erros, acabamos nos afastando destes padrões e, por nosso estado de independência, acabamos assumindo como único o NOSSO padrão, forçando com que outros também aceitem este como a única verdade absoluta, sob o risco de extinção ou marginalização
 
          Tal estado de rebelião e independência força com que pessoas mais fracas, ou com pouco desenvolvimento cultural e educacional, sejam dominadas por pessoas que buscaram uma maior evolução. Deus nos criou como um único povo e nação. Nós, por nossa vontade, acabamos nos fragmentando em diversas sociedades que "guerreiam" entre si a fim de dominar e subjugar as mais fracas, imputando os nossos valores, os quais achamos a única verdade absoluta. Em toda sociedade estabelecida, o meio mais forte de se dominar alguém é através da dominação religiosa. Essa fonte de poder sempre moveu os homens a levarem sua crença a terras distantes e a dominar nações inteiras em nome de Deus. As Cruzadas são o grande exemplo disso. Atrás de uma desculpa de acabar com os pagãos, desejos políticos e discriminatórios impulsionaram a matança de milhares de pessoas. Devido a imputar uma política superior, de uma raça superior, Hitler levou quase ao extermínio a nação judáica, fixo de que a superioridade ariana deveria dominar o mundo.
 
          Karl Marx declarou que a religião era o ópio do povo. Por um certo lado, ele tinha razão, pois a religião tende a levar o homem a escravidão do medo e afastá-lo cada vez mais de Deus. Isso porque, a religião é ditada por homens que procuram em suas "revelações divinas", trazer mensagens que levam pessoas a se escravizarem através de dogmas e ensinamentos mentirosos. Tais ensinamentos visam, nada mais do que o benefício próprio e o enriquecimento de seus interesses.
 
          Viver uma vida com Deus é estar além da religião. Viver uma vida com Deus, é aceitar o seu semelhante como ele é, sem achar que somos mais ou menos do que ele. É dedicar a sua vida a uma coexistência única e pacífica. Quantas vezes já fomos julgados devido a pré-conceitos que fizeram a nossos respeito, sem ao menos se ter conhecimento de causa para tal? Quantas vezes não aceitamos pessoas em nosso ciclo social por acharmos que esta era inferior a nós?
 
          Infelizmente, no lugar onde deveríamos receber a todo tipo de pessoas, é onde mais encontramos o julgamente. A Igreja, instituição criada por Deus, a qual deveria abrigar a todos que tivessem sede e pudessem ter suas feridas saradas, perdeu-se em sua função principal. Hoje, a Igreja Religiosa virou um lugar onde a expressão "irmão" não encontra mais lugar, sendo mais um pronome de tratamento como outro qualquer. A benção "A Paz do Senhor", virou um cumprimento formal como tantos outros que encontramos por este mundo a fora. Tudo está se perdendo porque dentro desta instituição que tinha função de ser a luz do mundo, há homens pré-conceituosos que levam pessoas e mais pessoas e se tornarem como eles, fechando-as em circulos particulares e gananciosos.
 
          É inadimissível, nos tempos de hoje, onde o mundo mais precisa de uma Igreja forte, encontramos pessoas que nos julgam por nossa aparência, cor, língua, vestimenta, etc. É inadmissível encontramos hoje, dentro das Igrejas, pessoas e líderes que recriminam congregados por terem visitado outros de mesma crença. É inadimissível, nos dias de hoje, vermos pessoas que professam a mesma fé que nós, virarem o rosto quando cumprimentamos, só por não estarmos com a mesma vestimenta ou por saber que frequentamos outra igreja. Esse é o mundo cristão, fragmentado em sí e que, a cada dia, é JULGADO por tais atitudes, levando pessoas a fazerem pré-conceitos errôneos sobre as palavras de Jesus e de sua salvação.
 
          Por nosso única culpa, muitas pessoas estão sendo perdidas, pois nós mesmos, professos evangélicos, fornecemos ao mundo um pré-conceito errado sobre Jesus e a sua missão aqui na Terra. Pré-conceito este que virou preconceito e motivo de discriminação religiosa. Se dentro da Igreja temos este tipo de atitude, porque não aceitamos o que o mundo tem a nos retribuir?
 
          A Bíblia é muito clara quando diz que "não julguemos, para que não sejamos julgados" (Mt 7.1). Muito nós julgamos, mas pouco NOS julgamos. É muito mais fácil reconhcer e ver o erro nos outros do que nos olhar em um espelho e vermos que temos tantos erros quanto o nosso próximo. Neste mesmo capítulo as Santas Escrituras nos fala que: "porque com o juízo que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiveres medido vos hão de medir a vós" (Mt 7.2). Estas palavras mostram que, se medirmos com conceitos errados, estes mesmos conceitos serão aplicados a nós. Se medirmos com os conceitos certos, estes também virão a nós.
 
          Devemos, nestes últimos dias em que a Igreja está sob a Terra, parar de somente julgar as pessoas, recriminando-ás por serem como são. Devemos unica e exclusivamente mostrar a eles um Deus que lhes ama muito como elas são e, após as apresentações iniciais, deixar com que o Espírito Santo faça a sua parte que é revelar no coração de cada as verdades que Jesus veio nos trazer. Jesus não veio a este mundo para nos condenar ou recriminar. Ele não veio com preconceitos, escolhendo a quem queria salvar. Jesus veio a este mundo para trazer a todos que quiserem aceitar, a reconciliação perdida no Jardim do Éden. Devemos viver mais a vida de Jesus e ver que Ele nunca fez acepção de pessoas, sentando-se com pecadores, prostitutas, criminosos e outras pessoas marginalizadas devido a pré-conceitos estabelecidos pelos mais "cultos" e "letrados".
 
          Se aprendessemos mais da Bíblia e dos ensinamentos de Jesus, veríamos que devemos amar ao nosso semelhante como ele é, pois este também foi criado por Deus a Sua imagem e semelhança. Mesmo sendo diferente de mim, ele é igual por criação. Se a humanidade deixasse de lado os seus julgamentos e os pré-conceitos que acompanham este, viveríamos hoje sem fome, guerras, diferenças sociais, etc. O homem busca, de forma desenfreada, todas estas coisas, mas sempre utilizando-se da mesma metodologia que leva a estas circunstâncias. Sempre através de conceitos humanos, buscam levar a humanidade a um estado que somente a Palavra de Deus poderá conceder. Devemos buscar mais a Teocracia do que a independência, vendo em seus estatutos a cura para todos os males que hoje vivemos.
 
          Para uma humanidade melhor, devemos abraçar ao nosso próximo, sabendo que este possui sentimentos e idéias sobre as coisas que nem sempre serão iguais as nossas. Devemos aceitar em nossas igrejas, pessoas diferentes de nós, pois para Deus, todos somos iguais, independente de placa, vestimenta, conhecimento e outras coisas humanas. devemos, enfim, ter uma Igreja Universal única sobre a Terra, amando-nos uns aos outros, bem como ao mundo, pois a Palavra de Deus nos diz que:
 
"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3.16).
 
          Deixemos de deturpar a Palavra de Deus. Paremos de tentar ao nosso Deus em não cumprir com o seu propósito para o mundo. Deixemos de lado os nossos pré-conceitos e amemo-nos uns aos outros, mas da forma que somos e não como idealizamos. Deixemos de lado os julgamentos, para não sermos julgados da mesma forma. Deixemos de lado nossos interesses a abraçemos os interesses de nosso próximo.
 
          Se assim fizermos, estaremos fazendo a vontade de nosso Pai e passaremos a ter a verdadeira Paz tão almejada em nossa vida. Chega de vivermos um falso evangelho. Vamos Viver o Verdadeiro Evangelho de Jesus Cisto, o evangelho da caridade e de serviço ao nosso próximo.
 
 
Eduardo dos Santos Santos

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